Se você chegou até este post, é porque tem dúvidas sobre como ler a sua receita de óculos. Mas não se preocupe: o Dr. Davi Gomes dos Anjos (CRM RJ 52108927-7), oftalmologista da dr.olho, explica tudo sobre todos esse termos diferentes que o médico oftalmologista costuma escrever na receita!
Calma, você não está sozinho!
Em primeiro lugar, saiba que a maioria das pessoas também não entende a propria receita de óculos. Na receita, tem muita informação mesmo: grau pra longe, grau pra perto, miopia, hipermetropia, astigmatismo, grau esférico, adição…
Mas calma que nós vamos te ajudar!
Informações básicas na receita de óculos
As informações contidas numa receita de óculos são sempre iguais e seguem o mesmo padrão.
A receita tem que ter seu nome, a data da consulta e a assinatura do médico. Sem essas informações básicas, muitas óticas podem recusar fazer o seu óculos. Isso acontece porque a receita pode estar muito antiga e prejudicar o resultado final dos óculos. Além disso, muitas marcas de lente oferecem garantia que só podem ser utilizadas com uma receita médica com menos de seis meses.
Se o seu médico esqueceu de colocar alguma informação (sim, isso pode acontecer!), volte ao consultório e peça para ele colocá-las.
Exemplo de receita de óculos
Para explicar tudo que tem numa prescrição de óculos, utilizamos o modelo aqui da dr.olho oftalmologia.
Geralmente, as receitas são organizadas conforme a foto abaixo:
Na imagem, há duas tabelas.
A primeira tabela diz respeito aos graus da miopia e hipermetropia (coluna com grau esférico) e do astigmatismo (coluna com grau cilíndrico). A coluna do “eixo” está ligada ao grau do astigmatismo e “D.P” significa distância pupilar, que geralmente é medida pela ótica durante a confecção dos óculos.
A segunda tabela é utilizada quando o médico precisa fazer uma “adição” em pacientes com presbiopia (vista cansada) – que acomete pessoas com mais de 40 anos.
Nas duas tabelas, os graus são separados por olho. Veja que sempre há uma linha referente ao olho direito (OD) e outra linha para o grau do olho esquerdo (OE).
O que significa esférico no exame de vista?
O grau esférico é o que diz se você tem miopia (dificuldade de enxergar de longe) ou hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto). Não é possível ter miopia e hipermetropia juntos no mesmo olho, mas é possível ter as duas doenças em olhos diferentes.
Se a coluna do grau esférico tiver um número com sinal negativo (-), você tem miopia.
Se vier com um sinal positivo (+), você tem hipermetropia.
O número que vem após o sinal é a quantidade de grau que o paciente tem, seja positivo ou negativo.
Por exemplo, se a coluna do grau esférico tiver “-2.5”, quer dizer que você tem 2 graus e meio de miopia.
Para entender melhor, veja a imagem abaixo:
No exemplo acima, o paciente tem 2.5 graus de miopia (sinal negativo) no olho direito (OD) e 3.25 graus de hipermetropia (sinal positivo) no olho esquerdo (OE). Tanto a miopia e quanto a hipermetropia são considerados graus esféricos (note o título da coluna onde estão escritos os graus do paciente na imagem).
O que significa grau cilíndrico na receita de óculos?
A coluna do grau cilíndrico é o que diz se o paciente tem astigmatismo. No Brasil, ele sempre é negativo (-). Em alguns países, pode ser positivo (+).
Na imagem acima, a prescrição de óculos mostra que o paciente tem -1.75 grau de astigmatismo no olho direito (OD) e -2.0 graus de astigmatismo no olho esquerdo (OE). No Brasil, o astigmatismo é representado por um sinal negativo. Por isso, o eixo cilíndrico sempre é negativo.
O que é o eixo na prescrição de óculos?
O eixo na receita é importante para o médico e para a ótica que vai confeccionar os óculos a partir da prescrição.
No caso do astigmatismo, o grau é colocado num lugar exato na lente – ao contrário da miopia e da hipermetropia, em que o grau é colocado sobre toda a lente. O eixo também pode influenciar na espessura das lentes.
O eixo está sempre acompanhado do grau cilíndrico (astigmatismo).
O que significa Distância Pupilar (DP)?
Serve para a ótica medir a distância entre as pupilas do paciente. Geralmente, quem mede é a ótica, não o médico. Não diz respeito ao grau do paciente ou à sua saúde ocular.
Grau para perto ou adição
Se você tem mais de 40 anos, pode ser que você precise de um grau diferente para enxergar para perto. Isso ocorre porque, a partir dessa idade, surge a presbiopia, a famosa vista cansada.
Como resultado da presbiopia, quem tem mais de 40 anos pode ter que usar óculos pra ajudar a enxergar de perto.
Trata-se de uma adição de grau que o oftalmologista passa somente no grau esférico – o grau cilíndrico continua o mesmo.
Dessa forma, no campo adição está indicado o valor da presbiopia, que é sempre o mesmo para ambos os olhos.
Veja o exemplo a seguir.
Na imagem acima, observe a coluna do grau esférico. O paciente de 40 anos tem 2 graus e meio de miopia (-2.5) no olho direito (OD) e 3 graus e 25 de hipermetropia (+3.25) no olho esquerdo (OE).
Agora, suponha que durante a consulta o oftalmologista verificou que o paciente precisa de uma ajuda de +2 (dois) graus para enxergar melhor de perto. Essa ajuda é chamada de “adição”.
Assim, na tabela inferior, o médico calcula a adição de +2 (dois graus) na coluna do grau esférico.
O cálculo feito na imagem acima é o seguinte:
- Olho Direito (OD): (- 2.5) + (+2) = – 0.5
- Olho Esquerdo (OE): + 3.25 + 2 = + 5.25
As colunas de grau cilíndrico, o eixo e a DP não mudam nesse caso.
Quer ficar livre de óculos?
Se você cansou de usar óculos e quer ficar mais independente deles, considere fazer a cirurgia refrativa.
O primeiro passo para a operação é sempre a consulta com um médico oftalmologista especialista em córnea e cirurgia refrativa. Agende sua consulta!