O sonho de muita gente que usa óculos é de fazer a famosa cirurgia refrativa, que corrige os chamados erros refrativos (miopia, astigmatismo e hipermetropia). Ao pesquisar sobre essa cirurgia na internet, os pacientes se deparam com uma questão muito importante e complexa: qual é a melhor técnica de cirurgia refrativa, Lasik ou PRK?
Neste artigo, vamos explicar com mais detalhes as vantagens e as desvantagens de cada uma dessas técnicas. Ah, lembre-se: nenhum texto na internet pode substituir a consulta com um médico oftalmologista, ok?
Essas duas técnicas, PRK e Lasik, não são as únicas técnicas de cirurgia refrativas disponíveis no mercado. Isso mesmo! Existem outras técnicas, como a Smile, o Implante de Lente Fácica, a troca do cristalino por lente intraocular, entre outras.
De forma resumida, todas essas técnicas citadas são cirurgias refrativas, porque corrigem erros refrativos e melhoram a visão do paciente, deixando-o independente dos óculos de forma parcial ou total.
No entanto, as técnicas PRK e Lasik são as mais utilizadas e as mais seguras para as cirurgias refrativas. Por isso, vamos falar somente sobre elas aqui, combinado?
Em relação à visão final do paciente, as duas técnicas costumam ter o mesmo resultado. O que muda entre as duas é a forma como a cirurgia é feita. Essa diferença resulta em riscos diferentes e, também, em processos de recuperação (pós operatório) diferentes. Vamos falar sobre cada uma delas a seguir.
Se os exames pré operatórios mostrarem ao oftalmologista que a sua córnea possui uma espessura que permita escolher qualquer uma das técnicas, então você pode conversar com seu cirurgião para decidir qual das técnicas escolher. Caso contrário, os médicos costumam recomendar a técnica PRK.
Para saber mais, veja o vídeo abaixo em que o Dr. Davi Gomes dos Anjos (CRM 52-108927-7) explica a relação entre a espessura da córnea e a escolha entre as técnicas da cirurgia refrativa. Veja:
Na técnica Lasik, o cirurgião faz um corte muito fino na superfície da córnea, que chamamos de flap. Esse corte é feito para que o cirurgião tenha acesso ao estroma da córnea, sua parte mais densa.
Após abrir o flap, o médico utiliza um laser para remover o excesso do tecido corneano, remodelando a córnea do paciente. O chamado Excimer Laser é controlado por computador e está programado com base no grau do paciente. Ao final da cirurgia, o flap é colocado de volta no lugar para que cicatrize. Essa cicatrização é acompanhada pelo oftalmologista.
A principal vantagem da cirurgia refrativa com a técnica PRK é que ela não cria o flap. Isso permite o tratamento de graus mais altos e possibilita tratar córneas mais finas. Além disso, evita complicações relacionadas à criação do flap, como o button hole e o free cap. Outra possível complicação é o crescimento epitelial na interface do flap, que pode acontecer principalmente após um trauma ocular.
Ah, outra coisa muito importante: a criação do flap fragiliza mais a córnea. Por isso, pacientes com a mínima suspeita de fragilidade na córnea são mais suscetíveis a complicações tardias como ectasia (ceratocone).
Agora que você já entendeu mais um pouquinho sobre cada uma das técnicas, podemos passar para um ponto muito importante sobre a técnica Lasik: nem todas as cirurgias Lasik são iguais!
Toda cirurgia refrativa Lasik cria o flap e aplica o laser. Mas existem diferentes formas de criar esse flap. Ele pode ser realizado com o uso de uma lâmina (com microcerátomo) ou com a utilização do Laser de Femtossegundo.
A cirurgia refrativa Lasik feita com o microcerátomo, uma lâmina muito fina, precisa criar um vácuo para estabilizar o olho e a lâmina passa automaticamente sobre a córnea do paciente. Nessa técnica, não existe uma lâmina personalizada para cada paciente – o que é passível de complicações.
Já a cirurgia refrativa Lasik feita com o Laser de Femtossegundo é consideravelmente mais segura do que a cirurgia refrativa feita com o microcerátomo. Isso acontece porque o Laser de Femtossegundo é personalizado para a córnea do paciente, possibilitando ao cirurgião criar um flap de profundidade ideal, sem degraus ou irregularidades.
Para o paciente, as principais diferenças entre o pós operatório da Lasik e da PRK estão relacionadas à velocidade da recuperação da visão e da dor após a cirurgia.
Na técnica Lasik, a visão volta mais rápido e o paciente sente menos dor no pós-operatório. Já após a cirurgia PRK, por sua vez, o paciente sente mais dor e o retorno da visão leva um pouco mais de tempo. Na PRK, também há necessidade de uso de uma lente de contato de proteção na primeira semana.
A recuperação da Lasik é mais rápida porque não há perda do tecido epitelial (a primeira camada da córnea) durante a cirurgia. É por essa razão que a visão volta mais rápido e com menos dor, uma vez que essa camada protege as terminações nervosas da córnea.
Na técnica PRK, a visão já tende a ser melhor que a visão antes da cirurgia. No entanto, a recuperação da visão costuma ser mais lenta e com um pouco mais de dor do que na Lasik.
A recuperação do PRK é mais lenta porque o epitélio precisa crescer novamente após a cirurgia. Esse tecido epitelial recobre a córnea e sua recuperação leva, em média, de 10 a 15 dias. No entanto, as mudanças na camada epitelial podem ocorrer até três meses após a cirurgia e devem ser acompanhadas pelo médico oftalmologista.
Antes de mais nada, lembre-se de que todo procedimento cirúrgico possui riscos. Converse com seu médico oftalmologista sobre essas possíveis complicações. Nenhum texto da internet, mesmo que revisados por oftalmologistas, substituem a consulta médica. Neste texto, vamos tratar dos principais riscos, não de todos.
Na cirurgia refrativa utilizando a técnica PRK, a principal complicação que pode surgir é o que chamamos de Haze Corneano – uma espécie de cicatriz que se forma na córnea. No entanto, essa é uma complicação que praticamente desapareceu com o início da utilização da mitomicina c, substância utilizada pelo cirurgião durante a cirurgia que inibe a formação dessa cicatriz. Contudo, mesmo utilizando a mitomicina c, essa cicatriz pode surgir se o paciente ficar muito exposto ao sol.
Na cirurgia refrativa utilizando a técnica Lasik, os principais riscos estão relacionados à criação do flap, um corte feito na córnea. Existem dois modos de se fazer esse corte: o corte feito com o microcerátomo e o corte feito com o Laser de Femtossegundo. Conforme dito anteriormente, a cirurgia Lasik feita com o Laser de Femtossegundo é mais segura e personalizável que a Lasik feita com o microcerátomo.
O valor da cirurgia refrativa que utiliza a técnica Lasik costuma ser mais cara porque necessita de uma maior quantidade de aparelhos, de instrumentos e de profissionais. Além disso, os riscos da técnica lasik costumam ser maiores, tanto para o paciente quanto para o cirurgião, o que pode ser levado em consideração na hora de avaliar o valor final da operação.
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Grande parte dos pacientes já busca o oftalmologista com o desejo de fazer a cirurgia refrativa utilizando uma determinada técnica, geralmente a Lasik. O desejo do paciente é um dos fatores que o oftalmologista leva em consideração na hora de escolher a técnica. No entanto, há outras coisas que ele leva em conta, como o resultado dos exames pré operatórios que avaliam questões mais técnicas sobre o olho, principalmente a córnea.
Cirurgias não são produtos que escolhemos em prateleiras. Cirurgia no olho é algo sempre muito sério e complexo. Os exames pré-operatórios são minuciosamente estudados pelo oftalmologista para planejar a cirurgia – e cada olho é um estudo diferente.
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O valor da cirurgia refrativa varia entre R$3.000 e R$5.000 por olho no Rio de Janeiro. O valor final depende de fatores como a técnica cirúrgica, o s exames necessários para o caso e a clínica que realizará a operação.
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Muito boa a explicação!! Tirou várias dúvidas que eu tinha!
Parabéns pelo artigo! Muito esclarecedor!
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