Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível do mundo. O glaucoma é uma doença silenciosa e, geralmente, o paciente só sente os sintomas quando a doença já está em estágio avançado.
Neste texto, vamos responder às principais dúvidas sobre o glaucoma: o que é o glaucoma; quais são seus tratamentos; qual o valor de uma cirurgia de glaucoma; entre outras perguntas frequentes. Veja os tópicos que serão abordados:
O glaucoma é uma doença ocular que afeta o nervo óptico, que fica no fundo do olho e é responsável por levar as imagens vistas pelo olho até o cérebro. Quando o nervo óptico está danificado, a comunicação entre o olho e o cérebro é prejudicada e a pessoa pode parar de enxergar de forma irreversível.
No glaucoma, o principal fator que prejudica o nervo óptico é a pressão intraocular aumentada. Por isso, é muito comum o glaucoma estar ligado ao aumento da pressão no olho.
No entanto, existem diferentes tipos de glaucoma e de mecanismos de lesão do nervo óptico. Existe, por exemplo, um tipo raro de glaucoma em que a pressão é normal, o “glaucoma de pressão normal”.
Entre diferentes tipos de glaucoma, há dois tipos principais que estão relacionados ao aumento da pressão intraocular. Vamos explicar um pouco mais sobre cada um deles.
O glaucoma crônico simples, também chamado de glaucoma de ângulo aberto, representa aproximadamente 80% dos casos de glaucoma e, geralmente, atinge pessoas acima dos 40 anos. É um tipo de glaucoma que não apresenta sintomas. Por ser gradual, o paciente só percebe que está com a doença quando o nervo óptico já está bastante lesionado.
Nesse tipo de glaucoma, a perda de visão começa nos extremos do campo visual até se espalhar por toda a visão. O glaucoma de ângulo aberto é mais comum em pessoas com miopia, idosos, da etnia negra e com a córnea fina.
Menos comum, o Glaucoma Primário de Ângulo Fechado pode evoluir de forma crônica e assintomática (como o de ângulo aberto), mas também pode causar crises agudas com um rápido aumento da pressão intraocular.
Sem avisar, o paciente pode sentir uma dor muito forte, com olho vermelho e a visão turva. Quando isso acontece, recomendamos ir direto ao médico oftalmologista, porque é possível que sua pressão intraocular esteja muito alta e que sejam necessárias medidas para controlar a pressão imediatamente. Esse tipo de glaucoma é mais comum em pessoas asiáticas e nos hipermétropes.
Para saber se a pessoa tem glaucoma de ângulo aberto ou ângulo fechado (e, nesse último caso, se há risco de crise aguda), é necessário um exame chamado gonioscopia, feito pelo oftalmologista especialista em glaucoma.
Além do Glaucoma de angulo Aberto e do Glaucoma de angulo Fechado, existem o Glaucoma Congênito, bastante raro, que pode acometer os recém nascidos, o glaucoma de pressão normal e os Glaucomas Secundários, que surgem como consequência de doenças como a diabetes, uveítes, traumas e catarata.
O glaucoma é uma doença que não apresenta sintomas em sua fase inicial. A perda da visão só começa a acontecer quando seu estágio está avançado, pois significa que o nervo óptico já está bastante atingido. Por isso, o glaucoma em sua fase inicial é assintomático, ou seja, não apresenta sintomas.
Já nos estágios mais avançados, o glaucoma começa a ser percebido quando há perda de visão periférica. O paciente portador de glaucoma avançado começa a perder o campo visual “de fora para dentro”.
Nos casos bem avançados, o campo visual fica mais estreito e a pessoa consegue enxergar apenas o que está diretamente a frente dos olhos, sem perceber o que há na periferia. Se não for tratado, o paciente perde completamente a visão.
Boa parte das pessoas que têm glaucoma ainda não sabe disso, pois os sintomas só aparecem quando a doença já está em um estágio avançado. Além disso, os sintomas podem começar bem devagar e o paciente pode demorar a perceber a perda de visão.
Segundo o CBO, o glaucoma é mais comum em pessoas com idade acima de 40 anos, embora seja possível surgir em pessoas mais jovens. Além da idade, há outros fatores de risco importantes, como o histórico familiar, o uso crônico de corticoide, trauma ou inflamação ocular e inclusão em um grupo étnico suscetível.
Por isso, todo mundo precisa visitar o oftalmologista regularmente. No entanto, algumas pessoas têm motivos a mais para se preocupar com a saúde ocular: o histórico familiar é um dos principais fatores para o desenvolvimento do glaucoma.
Por isso, se alguém na sua família tem glaucoma, fique atento e não deixe ir à consulta com o médico oftalmologista. Na consulta, o oftalmologista vai realizar alguns exames, como o fundo de olho, para avaliar como está o seu nervo óptico.
Como dissemos acima, o glaucoma causa perda gradual de campo de visão. Dessa forma, quem tem glaucoma pode ter a visão normal, se a doença ainda não tiver avançado. Em estágios mais avançados, a perda de campo de visão acontece de fora para dentro. A última parte a ser perdida é o centro da visão. Veja o exemplo abaixo:
Infelizmente, o glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível do mundo. No entanto, se for diagnosticado e tratado a tempo, o glaucoma pode ser controlado e a visão, ou parte dela, preservada.
O médico que faz o diagnóstico e o tratamento do glaucoma é o médico oftalmologista. Em alguns casos mais avançados, o oftalmologista geral pode encaminhar o paciente para o oftalmologista especialista em glaucoma.
O tratamento do glaucoma é realizado pelo médico oftalmologista. Inicialmente, o tratamento clínico é feito com colírios específicos para a doença, conforme cada caso. Existem, ainda, medicamentos orais que podem ser utilizados em alguns casos, conforme prescrição médica.
De maneira geral, o tratamento de glaucoma tem o objetivo de controlar a pressão intraocular do paciente. Assim, o tratamento interrompe as lesões ao nervo óptico que estão sendo causadas pela pressão dentro do olho. O nível ideal da pressão intraocular varia de acordo com cada caso.
O tratamento inadequado pode levar à cegueira. Por isso, somente utilize colírios prescritos pelo seu oftalmologista. Além disso, não interrompa o tratamento por conta própria sem consultar o seu médico antes.
Na maioria das vezes, o tratamento é feito com colírios de forma contínua por toda a vida. No entanto, em alguns casos, é necessário tratamento cirúrgico. Os tratamentos cirúrgicos mais famosos são a Iridotomia a Laser e a Trabeculectomia.
Em alguns casos, o tratamento cirúrgico do glaucoma pode ser feito com a Iridotomia a laser. A Iridotomia é um procedimento simples que pode ser realizado em consultórios. No entanto, nem sempre é suficiente ou tem o resultado esperado. A iridotomia está indicada em casos de glaucoma de ângulo fechado.
A trabeculectomia é a principal cirurgia realizada no tratamento do glaucoma. Nessa cirurgia, o cirurgião oftalmologista cria um canal minúsculo para drenar o líquido intraocular para o espaço subconjuntival. Em outras palavras, é realizada uma drenagem no olho para diminuir a pressão intraocular, a fim de evitar lesões graves ao nervo óptico.
Importante: a cirurgia de glaucoma tem o objetivo de controlar a pressão intraocular, ela não cura a doença. Fatores como a idade, tipo de glaucoma, cirurgias prévias e os cuidados pós-operatórios influenciam muito no resultado.
O tempo de duração da cirurgia de glaucoma varia conforme o caso e a técnica utilizada pelo cirurgião. Geralmente, dura entre 40 e 50 minutos.
Geralmente, a recuperação da visão após a cirurgia de glaucoma acontece aos poucos ao longo das semanas seguintes.
Nos casos de glaucoma, a cirurgia é o último recurso indicado pelo oftalmologista. Geralmente, ela ocorre quando os outros tratamentos não conseguem mais evitar a progressão da doença.
Infelizmente, a cirurgia não recupera a visão que já foi perdida! O objetivo da cirurgia é impedir ou amenizar a progressão do glaucoma e evitar que o paciente perca ainda mais sua visão.
Como todo procedimento cirúrgico, há riscos. Se você vai realizar a cirurgia de glaucoma, converse com o seu oftalmologista sobre os riscos, de acordo com seu caso. De modo geral, podemos afirmar que os procedimentos cirúrgicos para evitar a progressão do glaucoma são seguros e possuem tecnologia bem avançada.
No entanto, nem sempre os resultados são alcançados após a cirurgia e o glaucoma pode continuar se desenvolvendo mesmo após o procedimento. Além disso, existem outros riscos, como o edema de córnea, uveíte, picos de pressão, entre outros riscos.
Na cidade do Rio de Janeiro, o preço da cirurgia de glaucoma é de R$6000, em média. O valor final depende de avaliação do oftalmologista e varia de acordo com cada caso. Além disso, os valores podem mudar de acordo com a experiência do cirurgião, a clínica escolhida e a região da cidade.
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Texto extremamente elucidativo e fácil de ler. Aborda as principais dúvidas sobre a doença, os tratamentos e a cirurgia!
Amei as informações. Texto muito claro, objetivo e de fácil entendimento.
Dr Olho sempre esclarecendo nossas dúvidas! <3
Obrigado pelo retorno, Juliane! Uma das nossas missões é democratizar o acesso à oftalmologia de qualidade. Isso inclui, também, a informação sobre o tema na internet! Um abraço!
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Texto esclarecedor, obrigada doutor.
Que bom que gostou, Valdinete! Um abraço.
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Texto bastante elucidativo . Gratidão !
Olá, gostaria de saber se vocês fazem implante de lentes permanentes, uso óculos desde meus 8 anos de idade e já estou cansada disso, conheço muitas pessoas que fizeram o implante e hoje não usam mais os óculos, meu irmão especial tem glaucoma e outros problemas também e faz 5 anos que o sus vem enrolando e nunca fazem a cirurgia dele, por isso gostaria de saber sobre essas duas cirurgias e valores, obg.
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