O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível do mundo. Assintomática, os pacientes só percebem que estão perdendo a visão quando a doença já está avançada. Por isso, o melhor remédio para o glaucoma é a prevenção, que ocorre nas consultas anuais ao oftalmologista. Para falar sobre o tema, convidamos a Dra. Renata Jardim (CRM 52-110434-9), especialista em glaucoma clínico e círurgico aqui da dr.olho, explica tudo sobre a doença.
O glaucoma é uma neuropatia óptica, ou seja, ela afeta o nervo óptico. O nervo óptico faz a comunicação de tudo que a gente vê com o cérebro. Então ele tem que estar bem saudável. O glaucoma afeta esse nervo de forma crônica, assintomática e é a principal causa de cegueira Irreversível no mundo. Infelizmente, o dano causado pelo glaucoma não tem volta.
Existem várias formas de tratamento para o glaucoma. A gente pode tratar de forma clínica com colírios e com laser. Nos casos mais avançados, pode ser necessária a cirurgia de glaucoma, tecnicamente chamada de trabeculectomia. Mas todas essas indicações são individualizadas.
Cada paciente é um caso, uma individualidade. Nos casos de glaucoma, tudo tem que ser avaliado em conjunto, como os exames oftalmológicos, a pressão intraocular. Nos casos mais avançados de glaucoma, é muito importante procurar um oftalmologista especialista em glaucoma.
O principal fator de risco relacionado à evolução do glaucoma é a pressão intraocular. Todos nós temos uma pressão intraocular. O valor da pressão intraocular das pessoas que não têm glaucoma varia de 10 a 21.
Quase todos os pacientes perguntam: afinal, qual é a pressão intraocular ideal? Bem, a pressão intraocular ideal depende de cada paciente e geralmente varia entre 10 a 21.
Se o paciente já tem o glaucoma, a pressão intraocular ideal depende de qual é o estágio da doença, depende de qual é o tipo de glaucoma, depende do que estão mostrando os exames… Por isso, repetindo: a pressão ideal varia conforme o caso.
Às vezes, acontece de um paciente ter 10 de pressão e o outro também ter 10. No entanto, para um está bom e, para o outro, a pressão de 10 está ruim.
Não existe relação direta da pressão arterial sistêmica para pressão intra-ocular, mas a hipertensão é um fator de risco pro glaucoma. Então é sempre importante a avaliação multidisciplinar junto do seu cardiologista, do seu clínico e com o oftalmologista.
Há quem acredite que somente os idosos podem ter glaucoma. No entanto, não se engane: existem fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma que vão além da idade. Entre esses fatores, estão a hipertensão, alta miopia e o histórico familiar. Sabemos também que a incidência de glaucoma é maior entre as pessoas negras.
Mas a doença é totalmente idiopática. Ou seja, a gente não sabe por que algumas pessoas têm a doença e outros não têm, mas existem os fatores que a gente sabe que são de risco, como os citados acima.
O glaucoma é uma doença composta por um conjunto de alterações. Existem aqueles pacientes que são suspeitos de glaucoma, mas que não têm a doença e que vão precisar de acompanhamento. E tem aqueles pacientes que, após realizar um conjunto de exames, recebe o diagnóstico de glaucoma.
Por isso, para saber se você tem glaucoma, é necessário visitar o médico oftalmologista. É muito importante ir ao oftalmologista pelo menos uma vez ao ano.
Contudo, se você já recebeu o diagnóstico do glaucoma, é preciso ir com mais frequência.
A frequência ideal entre as consultas para acompanhar o glaucoma muda de paciente para paciente. Geralmente, é necessário fazer consultas pelo menos três vezes ao ano.
O mais recomendado é ir de três em três meses para medir a pressão e de seis em seis meses para fazer os exames – o que dá duas vezes no ano para fazer os exames e quatro vezes ao ano para medir a pressão.
No entanto, repetindo: a frequência com que você deve visitar o especialista em glaucoma para realizar seu tratamento é totalmente individualizado. Muita das vezes, é necessário ir ver de mês em mês, às vezes de quatro em quatro meses… Então consulte seu médico para saber certinho quando você deve voltar.
O glaucoma ele é diagnosticado por um conjunto de exames. É importante, em toda a consulta oftalmológica, não só a avaliação da acuidade visual, mas também da pressão intra-ocular, que é feito no tonômetro (aquele aparelhinho que encosta no olho).
Além da pressão intraocular, são necessários alguns exames complementares para diagnosticar o glaucoma:
O tratamento do glaucoma ocorre em várias etapas. A primeira, de mais fácil acesso, é com colírios. Atualmente, temos várias classes de colírios que a gente pode associar e adaptar à realidade de cada paciente.
Depois a gente pode ir para o laser. Existem vários tipos de laser e cada um é indicado para uma categoria de glaucoma dependendo do tipo de glaucoma que o paciente tem. Eles são indicados para glaucomas leves e moderados.
Além disso, podemos partir também para a cirurgia de glaucoma, chamada de trabeculectomia. A cirurgia de glaucoma não tem o objetivo de melhorar a visão do paciente. Na verdade, ela é utilizada para o controle da pressão naqueles casos mais avançados que não melhoraram com colírios nem com laser.
É sempre bom reforçar que a visão não melhora após a cirurgia do glaucoma. Inclusive, no pós-operatório imediato, a visão pode ficar um pouquinho embaçada, mas isso tudo é conversado com o seu médico.
Geralmente, a cirurgia do glaucoma é realizada nos casos mais avançados, quando a gente já tentou o tratamento clínico com colírios ou laser e não houve uma melhora. Ou quando a doença continua progredindo e isso tá ameaçando a visão do paciente.
Dessa forma, a gente precisa utilizar um procedimento mais invasivo, que é a cirurgia, que não é para melhorar a visão, mas sim para controlar a pressão.
Não tem como melhorar a visão depois que ela é perdida por causa do glaucoma. Infelizmente, a perda visual causada pelo glaucoma é completamente irreversível. Nem com cirurgia, nem com colírios ou qualquer outra técnica.
Existem alguns casos em que a cirurgia do glaucoma é combinada com a cirurgia da catarata. Nesses casos, é necessário avaliar os exames para saber se há chances de melhora da visão após a retirada da catarata. Se a visão tiver sido perdida devido ao glaucoma, não há como recuperá-la.
Muita gente pensa que, após a cirurgia do glaucoma, não vai mais ser necessário o uso contínuo de colírios. Mas não é bem assim, ok?
Depois da cirurgia do glaucoma, seja ela isolada ou combinada, é possível ter uma resposta muito boa e controlar a pressão intraocular, sem necessidade de associar colírios pro controle da pressão.
No entanto, muitas vezes, os pacientes que vão pra cirurgia são aqueles muito graves. Por isso, a pressão ideal desses pacientes costumar ser muito baixa e ela não consegue ser controlada somente com a cirurgia. Assim, mesmo após operar, o uso de colírios é utilizado de forma crônica.
Muitas vezes, associa-se menos colírios do que ele usava antes da cirurgia, mas, repetindo, tudo isso é individual de cada paciente. E lembrando que a cirurgia consegue uma redução da pressão de até cinquenta por cento. Então, se o paciente precisa de reduções maiores do que isso, ele vai precisar de outros artifícios para controlar a pressão.
O acompanhamento do pós operatório da cirurgia de glaucoma é acompanhado de perto pelo cirurgião. Por isso, o paciente visita o médico toda semana dentro do primeiro mês do pós-cirúrgico para avaliar a pressão, se ela está se mantendo dentro do esperado, do ideal.
Lembrando que a cirurgia reduz a pressão em até 50%. A parte restante é controlada por colírios, mas o paciente não necessariamente usa os mesmos colírios que usava antes da cirurgia. Esse acompanhamento é totalmente individual.
Diferente da cirurgia da catarata, que só é feita uma vez na vida em cada olho, a cirurgia de glaucoma pode ser repetida em outra região do olho. Mas também é possível fazer a cirurgia “voltar a funcionar”. Isso acontece porque ela tem um prazo de validade, que varia de paciente para paciente. No entanto, sabemos que ela dura, no máximo, 10 anos. Em alguns casos muito avançados, ela dura muito menos tempo. Quando isso acontece, podemos refazer a cirurgia através de um procedimento chamado de agulhamento.
Ao longo dos anos, foram surgindo vários estudos e vários tipos de dispositivos para diminuir a pressão intraocular para além da trabeculectomia. A cirurgia da glaucoma é a principal, a mais utilizada. Ela é a que mais reduz a pressão, mas ela é indicada em casos moderados a graves.
Contudo, existem também outros métodos, como alguns dispositivos no olho, igual ao stent que colocamos no coração. Esse stent é colocado na malha trabecular, o “ralo” do nosso olho, para ajudar a controlar a pressão.
Esse tipo de dispositivo geralmente é indicado para casos leves e moderados em que a gente quer uma pressão mais moderada, não tão baixinha como naqueles casos mais avançados.
Não existe o melhor colírio para glaucoma. Existem várias classes de colírios para glaucoma. No Brasil, utilizamos quatro classes principais. Cada uma delas tem sua particularidades.
Algumas trazem efeitos colaterais, a outra diminui mais a pressão, outras têm um custo mais elevado, outras já não funcionam tão bem em outros pacientes… Então tudo isso tem que ser levado em consideração na hora de indicar um colírio. Em alguns momentos, o paciente não pode usar determinados colírios e o médico utiliza outros procedimentos, como, por exemplo, os procedimentos a laser.
No entanto, não existe o melhor colírio para glaucoma, mas existe aquele colírio que controla melhor a pressão do paciente e isso é totalmente individual.
Geralmente, o glaucoma é tratado de forma contínua. Então, uma vez diagnosticado, o paciente com certeza vai precisar fazer o tratamento e o acompanhamento de forma regular. Ele vai precisar rever a sua pressão com frequência, mas dificilmente o colírio será interrompido. Isso acontece porque, se o paciente já iniciou um tratamento, é porque possui uma indicação e precisa controlar a pressão.
Entretanto, existem aqueles casos que, na verdade, não são glaucoma e que já haviam iniciado algum colírio antes. Daí, o médico pode rever o caso e, eventualmente, suspender o uso de algum colírio.
Não existem exercícios oculares ou terapias alternativas, com chá ou alimentação, para combater ou curar o glaucoma. O mais importante com relação ao glaucoma é o acompanhamento clínico regular, fazer os seus exames, ir para as consultas com o oftalmologista para medir a pressão e, principalmente, usar os colírios quando indicado.
Todos os colírios do glaucoma têm efeitos colaterais. Isso pode acontecer por meio de uma coceira, ardência ou olho vermelho, por exemplo. Sabemos que pode ser difícil manter o acompanhamento, principalmente porque o glaucoma é uma doença assintomática. Dessa forma, o paciente precisa usar um colírio caro e que o incomoda mesmo sem sentir nada.
Caso o colírio incomode muito, é importante agendar uma consulta e informar ao médico os efeitos colaterais para pedir a troca de colírios.
Somente interrompa ou troque de colírios após orientação médica.
Lembre-se: as perdas de visão causadas pelo glaucoma não podem ser recuperadas!
O glaucoma é uma doença totalmente individualizada. Até a pressão-alvo, ou seja, aquela pressão que a gente quer para o paciente, é totalmente individualizada.
O colírio também é completamente individual. Nunca compartilhe colírios, ok?
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Todo medicamento só pode ser usado sob orientação médica. Quem tem glaucoma deve ficar ainda mais atento, pois há alguns medicamentos que podem afetar a pressão intraocular e piorar a condição. Saiba mais!
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irreversível do mundo. Para diagnosticar e tratar a doença, é necessário acompanhamento com o médico oftalmologista de forma bem atenta. Por isso, a dr.olho conta com a Dra. Renata Jardim (CRM 520110434-9), que é especialista em glaucoma clínica e cirúrgico.
A missão da dr.olho é democratizar o acesso à saúde ocular de alta qualidade através de um atendimento incrível e acolhedor, de forma justa e acessível.
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Quem E Suspeito De Ter Glaucoma Ou Que Tenha Se Aposenta?No Meu Caso Sou Motorista De Caminhao!
Willians, o glaucoma em si não é causa para aposentadoria. O que pode eventualmente dar direito à aposentadoria é a cegueira em pelo menos um dos olhos. O glaucoma, se tratado na hora certa, pode ser controlado. Um abraço!
Tenho 73 anos. Uso Alfagan Z 2 x ao dia e Saflutan 160 mg ao dormir. Meu glaucoma está controlado: pressão 13